quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Correios diz que reajuste para funcionários custaria R$ 54 bi por ano





Segundo estudo da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), se as reivindicações dos trabalhadores em greve fossem atendidas, o custo para a empresa seria de cerca de R$ 54 bilhões por ano, valor quase cinco vezes maior que a receita anual da estatal.



Os funcionários dos Correios entraram em greve nesta quarta-feira. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, 28 dos 35 sindicatos aderiram ao movimento, mas apenas 8% dos empregados em todo o Brasil --cerca de 8.700 dos 109 mil funcionários da companhia-- paralisaram as atividades.



Uma nova rodada de negociação está marcada para hoje. De acordo com a Fentect (federação nacional dos trabalhadores dos Correios), 33 sindicatos aderiram ao movimento, restando Uberaba (MG) e o Estado de Roraima decidirem se participam da greve. A estimativa de Emerson Vasconcelos da Silva, um dos coordenadores do comando de negociação, é de que cerca de 70% dos trabalhadores estejam em greve.



A proposta inicial dos Correios, que foi rejeitada pelos trabalhadores, previa a reposição da inflação do período (4,5%) e aumento nos valores dos benefícios, como vale-alimentação, vale cesta e auxílio-creche, além da manutenção das principais vantagens concedidas pela ECT no acordo anterior.



A pauta da Fentect reivindica, entre outros itens, aumento salarial de 41% (que seria para recompor perdas salariais históricas), aumento linear de R$ 300 em todos os holerites, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e contratação de mais servidores via concurso.



De acordo com o diretor de Recursos Humanos da ECT, Pedro Magalhães, a nova proposta que será apresentada hoje vai atender a categoria sem prejudicar a saúde financeira da empresa. "Não estamos em um momento propício para greves nos Correios. Recentemente ganhamos um voto de confiança do Supremo Tribunal Federal que decidiu favoravelmente à manutenção do monopólio postal", disse.



De acordo com os Correios, os ganhos dos empregados foram superiores aos reajustes do salário mínimo e do IPCA entre 2002 e 2008. Cálculos da estatal mostram que, enquanto o IPCA acumulado do período foi de 52,36%, os salários dos empregados dos Correios aumentaram 110,95%.


Fonte: Folha Online

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