sábado, 26 de setembro de 2009

Soltando fogo pelas ventas

A governadora Wilma de Faria tem pressa. Ou melhor dizendo, ela tem pressa agora. Seu governo caminha para o final. E até dezembro, Wilma pretende definir o rumo do seu grupo político na sucessão estadual.
Pra ela, não tem essa história de esperar maio ou junho do próximo ano. Por essa época, Wilma já estará fora do governo. E você sabe como é que é, né? Sem a “caneta” o poder de um governante é reduzido a pó. A influência do líder diminui e, quando muito, só lhe resta cuidar do projeto pessoal. Wilma sabe disso.
E uma das coisas que mais irritou a governadora na chamada “Unidade Potiguar” - bloco que juntou Henrique Alves (PMDB), Robinson Faria (PMN) e João Maia (PR) para barrar o anúncio da candidatura de Iberê Ferreira - foi a tentativa de tirar-lhe o comando da própria sucessão. Por mais que os aliados afirmem que o grupo surgiu para garantir a “unidade”, ficou a impressão de emparedamento da atual chefe do Executivo.
Wilma ficou furiosa, soltando fogo pelas ventas, quando tomou conhecimento do jogo urdido pelos companheiros da base governista. Sinal disto foi o bate-boca com João Maia, diante de duas dezenas de correligonários, em Patu. De forma direta, conforme noticiou o Nominuto.com e relatou quem presenciou a cena, Wilma disse que era mais “estrategista” do que o grupo formado por Henrique Eduardo, Robinson e João.
E que ninguém iria tirar dela o comando da própria sucessão. Não é necessário dizer que João Maia reagiu e que ficou no ar aquele clima ruim. Só estou lembrando o episódio para reafirmar que Wilma está atenta aos movimentos de quem deseja reduzir-lhe a influência na escolha do candidato do seu grupo político. Candidato esse, diga-se de passagem, já escolhido. É Iberê Ferreira, por dois motivos principais: partidário e de governo.
Os ânimos estão mais serenados depois daquela reunião em Brasília, onde a Unidade Potiguar lavou sua roupa com a governadora e com Iberê. Mas ontem (25), li no twitter uma postagem da govenadora: “Só adianta ser GOVERNO se for para transformar e melhorar a vida das pessoas. É preciso muito determinação”.
Pra quem ela mandava esse recado? Só pode ter sido para Robinson, para João Maia ou para Henrique Eduardo, tido como alternativa, o “tertius”, em caso de desoneração geral da base. Wilma não vai dar mole, não, pra essa turma. Ela tentará impor o seu plano: emplacar Iberê pro governo e ampliar seus apoios para o Senado da República.
Fonte: Diógenes

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