quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Explosão atinge imóveis e deixa mortos e feridos em Santo André, no ABC paulista



SÃO PAULO - Uma grande explosão destruiu casas e deixou mortos e feridos no começo da tarde desta quinta-feira em Santo André, no ABC paulista. Segundo informações do comandante Corpo de Bombeiros de São Paulo, Luiz Navarro, duas pessoas morreram,15 ficaram feridas e duas estão desaparecidas até agora.

Buscas continuam a ser feitas nos escombros. Pelo menos quatro casas foram abaixo e ficaram totalmente destruídas. Carros totalmente amassados podem ser vistos nas imagens aéreas dos escombros.

Segundo o comandante, não há feridos em estado grave - dois foram socorridos pelos bombeiros, três por viaturas do Samu e os demais foram levados a hospitais por vizinhos. Um adolescente, que havia sido incluído na lista de desaparecidos, foi localizado pela família
A explosão na Rua Américo Guazelli, 222, no bairro Silveira, ocorreu pouco antes das 12h45m. No local, segundo os bombeiros, funcionava uma loja de fogos de artifício. Nos fundos do terreno, grande quantidade de fogos era armazenada.

Vizinhos disseram ter ouvido um barulho muito forte no local e, na sequência, veio a explosão. Há informações de que o barulho teria sido ouvido em um raio de 10 quilômetros. Moradores da rua disseram que já tinham denunciado a existência do depósito, justamente por conta do risco de explosão.

O tatuador Tiago Montanari, de 25 anos, que teve parte de sua casa destruída pela explosão, contou que todos os moradores da redondeza tinham conhecimento que existia uma pequena fábrica de fogos no imóvel e que sempre existiu a preocupação de uma possível explosão. Segundo ele, a preocupação aumentava nos fins de ano, quando a produção era aumentada para as vendas de réveillon.

Tiago disse que, antes da explosão, a luz de sua casa começou a piscar, como se houvesse algum problema na caixa de energia elétrica. Em seguida, ocorreu a explosão. Ele foi para o quintal e viu o muro da sua residência desabar na sua frente.
- Eu corri novamente para dentro de casa, tranquei o meu cachorro em uma lugar seguro e saí à procura de minha avó, que, graças a Deus, tinha ido comprar remédio - afirmou o tatuador, que teve alguns aranhões no rosto e uma parte do cabelo queimado.

A Defesa Civil interditou uma área equivalente a um quarteirão do bairro, que é predominantemente residencial. Lonas foram montadas para atender possíveis feridos e 12 ambulâncias do Samu estão no local. As vítimas estão sendo encaminhadas ao Centro Hospitalar Municipal .

Pelo menos 12 equipes do Corpo de Bombeiros de várias cidades da região trabalham no local, além de 35 homens da Defesa Civil e 70 guardas municipais. São ao menos cem homens que vasculham os escombros em busca de feridos, com ajuda de cães farejadores.

A Prefeitura de Santo André informou que foi pedido alvará para funcionamento de uma fábrica de fogos no local, O alvará teria sido negado este mês. Porém, a Pipas e Cia Distribuidora de Fogos e a Pipas Atacado e Varejo tinha autorização para comercializar fogos.

O prefeito de Santo André Aidan Antonio Ravin (PTB) confirmou que a empresa tinha alvará para venda de fogos no endereço desde 1996.

- O alvará é para comercialização dos fogos. Era uma loja e não uma fábrica, mas estamos falando em fábrica por um motivo, que é o volume de varetas encontradas no chão. Isso mostra que provavelmente que o proprietário deveria fazer alguma coisa. Mas essa certeza quem vai confirmar é a perícia - diz Ravin. Galpão com produtos inflamáveis explodiu em Diadema em março .

A explosão em Santo André, que teria ocorrido num depósito de fogos, é a segunda no ABC paulista este ano. Em março passado, um depósito de produtos químicos explodiu em Diadema, causando um incêndio de grandes proporções. Nos dois casos, a tragédia ocorreu em área residencial.


Dez pessoas ficaram intoxicadas e cerca de 45 pessoas ficaram desalojadas. No local funcionava uma empresa denominada DI-ALL, que não tinha autorização para armazenar cerca de 40 mil litros de três materiais inflamáveis diferentes. Oficialmente, a empresa comercializava produtos de limpeza.

O incêndio, que durou cerca de 4 horas para consumir o galpão, foi seguido de várias explosões. O asfalto chegou a derreter na rua. O líquido inflamável escorreu pela guia e invadiu bueiros, levando o fogo para imóveis próximos.As labaredas chegaram a 150 metros e podiam ser avistadas pela torre de controle do Aeroporto de Congonhas, a cerca de 9 km de distância. A temperatura chegou a 1.000° graus, segundo os bombeiros. Galões de produtos químicos foram lançados por todo o quarteirão.

Além do forte calor das chamas, uma fumaça tomou conta do bairro, dificultando a respiração de quem se aproximava do local. Os bombeiros tiveram de ficar distantes cerca de 200 metros do local do fogo, por conta do risco provocado pelas explosões. Os estouros, em curtos intervalos, faziam crescer as labaredas, que atingiram altura de um prédio de três andares.

Crianças tiveram de ser retiradas de creches e escolas próximas. A área, segundo a Prefeitura de Diadema, era de zoneamento misto e a empresa havia sido instalada no local há um ano.
Fonte: O Globo

Nenhum comentário: