quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Robinson vence queda de braço com Wilma

Deputado Estadual Robinson Faria (PMN)


Apesar do silêncio sobre as eleições do próximo ano, o deputado estadual Robinson Faria (PMN) mostrou insatisfação com a governadora Wilma de Faria (PSB) ao comandar a aprovação do Orçamento Geral do Estado para 2010, ontem, na Assembleia Legislativa (AL).


O OGE teve 80 emendas parlamentares desconhecidas por parte do executivo, dos deputados governistas e da população.Por 16 votos a 6, os deputados, sob a liderança de Robinson, derrotaram o governo e fizeram valer a decisão do legislativo na votação do OGE.


A bancada governista se revoltou contra os parlamentares que votaram a favor do projeto, que teve como relator o deputado estadual Ricardo Mota (PMN).Os deputados Robinson Faria, Ricardo Mota, Antônio Jácome (PMN), Gesane Marinho (PMN), Vivaldo Costa (PR), Ezequiel ferreira (PTB) Arlindo Dantas (PHS), Walter Alves (PMDB), Poti Júnior (PMDB), José Dias (PMDB), Getúlio Rêgo (DEM), José Adécio (DEM), Leonardo Nogueira (DEM), Luiz Almir (PV), Gilson Moura (PV) e Paulo Davim (PV) foram favoráveis ao Orçamento.


Votaram contra o relatório de Motta os deputados Fernando Mineiro (PT), Larissa Rosado (PSB), Gustavo Carvalho (PSB), Márcia Maia e Nélter Queiroz e Wober Júnior (PPS). Não comparecerão à votação os deputados Lavoisier Maia (PSB) e Álvaro Dias (PDT).Com a aprovação do Orçamento, o presidente da AL tentou mostrar à governadora a força política que possui e o quanto vale tê-lo em seu grupo político.


Robinson está insatisfeito com o apoio de Wilma à candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) à sucessão estadual. O deputado é cotado para ser candidato a vice-governador na chapa encabeçada pela senadora Rosalba Ciarlini (DEM), em 2010.A maior polêmica em torno da votação foi relacionada ao relatório final do Orçamento, que teve apenas uma emenda lida em plenário.


Os deputados da base governista alegaram que não tinham como votar em um projeto com 80 emendas sem conhecê-las e sugeriram o adiamento da votação. Mesmo ainda sendo membro da base de Wilma, pelo menos oficialmente, Robinson recusou a sugestão dos governistas e atendeu às reivindicações da bancada de oposição, colocando o OGE para ser votado.


O presidente da Casa orientou a bancada do PMN – a maior da Casa – a votar favorável ao relatório de Ricardo Mota.Além de não ter conhecimento sobre os textos das emendas, o Executivo teve suas principais exigências ignoradas. Apenas 5% do OGE 2010 foi destinado para remanejamento – o total de verba que pode ser utilizada para qualquer fim que deseje o governo.


RepetiçãoO impasse entre o governo e o legislativo para a aprovação do OGE não é o primeiro da gestão Wilma de Faria. No ano passado, houve divergência entre a chefe do executivo estadual e o presidente da AL quanto ao percentual permitido para remanejamento. Na ocasião, a governadora conseguiu fazer os deputados aumentarem de 5% para 15% o valor que pode ser utilizado sem o controle da Casa.


No entanto, dessa vez o desfecho pode ser diferente. Em 2008, Robinson já era pré-candidato a governador pela base wilmista, apesar de ter ficado contra a gestora nas eleições de Natal. Em 2009, o deputado já teve seus interesses contrariados, com o anúncio de Iberê como candidato, e poderá integrar a chapa de oposição.


O primeiro “round” da queda de braço entre Robinson e Wilma foi vencido pelo presidente da AL. A governadora terá dificuldades para reverter o quadro. Caso Robinson decida mesmo migrar para a oposição, Wilma perderá a maioria na AL e terá dificuldades para administrar o Estado neste final de mandato.

Nenhum comentário: