terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Garibaldi planeja levar disputa com Henrique à convenção do PMDB

O senador e o deputado podem se enfrentar em junho, quando partido decidirá postura na sucessão estadual. DEM pressiona pelo apoio formal a Rosalba.
Apesar das negativas públicas, a divergência entre o senador Garibaldi Filho e o deputado federal Henrique Alves sobre o posicionamento do PMDB na sucessão estadual de 2010 poderá ser levada à convenção partidária.
Garibaldi estuda a possibilidade de homologar o apoio da legenda à candidatura da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) ao Governo do Estado. De acordo com fontes situadas em Brasília, ligadas ao PMDB e ao DEM, Garibaldi estaria sendo pressionado pelo partido do senador José Agripino para oficializar a adesão dos peemedebistas ao projeto de Rosalba.
Ainda segundo essas fontes, O DEM quer a presença de Garibaldi no material de campanha, nos palanques e na propaganda eleitoral do rádio e da televisão. O tempo a que o PMDB tem direito é considerado uma arma importante pelos democratas.

Garibaldi e Henrique descartam a possibilidade de medir forças internamente, mas o aprofundamento da dissensão entre os líderes deverá levá-los ao embate.
O PMDB potiguar vive uma situação, no mínimo, desconfortável. Enquanto Garibaldi declara “simpatia” à pré-candidatura da senadora Rosalba Ciarlini (DEM), Henrique está engajado no projeto do vice-governador Iberê Ferreira de Sousa (PSB), provável candidato da base governista à sucessão de Wilma de Faria (PSB).


Em discurso realizado ontem (14), após ser reconduzido à liderança do diretório estadual do PMDB, Henrique afirmou que a prioridade da agremiação é a reeleição de Garibaldi. O deputado garantiu que a eleição de governador não irá separá-lo de Garibaldi.Já o senador, ao comentar a cizânia peemedebista, confessou que “fazer uma campanha sem Henrique vai ser difícil”, mas jurou de pé junto que a discórdia não será levada à convenção.

Segundo Garibaldi, o partido irá oficializar apenas a candidatura ao Senado e liberar seus líderes e filiados quanto ao governo. O DEM, além de pressionar pelo apoio formal do PMDB, estaria se esforçando para atrair Henrique para apoiar Rosalba, o que é considerado improvável, uma vez que o deputado está comprometido com o presidente Lula tanto no plano nacional quanto no local.

Em virtude desse duvidoso consenso, Garibaldi e Henrique poderão “bater chapa” em junho. Comenta-se que Henrique preside o PMDB, mas é Garibaldi quem tem o comando político da legenda. A disputa poderia levar Henrique a passar pelo constrangimento de perder para Garibaldi na convenção.Garibaldi já demonstrou que não lhe falta coragem para levar seus planos adiante.

O senador encarou o presidente Lula e afirmou, sem rodeios, que não apóia a base do petista no Rio Grande do Norte, mas sim a candidata do DEM.Enquanto Henrique empenha-se para agradar Lula e tornar-se presidente da Câmara Federal em 2010, Garibaldi deixa claro que tem outras prioridades: sua reeleição ao Senado, a eleição do pai Garibaldi Alves (suplente de Rosalba) e a recondução do filho, Walter Alves, à Assembleia Legislativa.
Fonte: Diógenes Dantas e Alisson Almeida

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