Rompendo com os tradicionais modelos de articulação política no Rio Grande do Norte, o deputado federal João Maia, presidente estadual do PR e pré-candidato a governador, começou, na manhã de hoje, a elaborar seu plano de governo para o Estado, que contará com a ajuda de especialistas e da população.
O primeiro de uma série de dez encontros foi sobre a saúde pública estadual, às 9h, na Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), situada na Via Costeira.
Maia espera estar com o projeto finalizado até maio do próximo ano. Compareceram ao evento o secretário municipal de Mobilidade Urbana (Semob) de Natal, Kelps Lima (PR), o deputado estadual Vivaldo Costa (PR), o deputado federal Rogério Marinho (PSDB), o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado (PR) e os vereadores de Natal Enildo Alves (PSB) e Adão Eridan (PR).
Além da classe política, participaram da discussão especialistas da área da saúde, que fizeram observações sobre saúde preventiva, familiar, pronto-atendimento, combate às drogas, entre outros temas da área.Ao abrir o debate, João Maia mostrou-se motivado a mudar a forma de discutir política no Estado.
Ele disse que está na hora de discutir ações e não somente nomes. “A população não está interessada em quem será candidato de quem, mas sim em um projeto consistente de governo que possa melhorar a qualidade de vida do nosso povo”, afirmou o republicano.
O deputado explicou que o objetivo do PR, partido que preside, é elaborar um plano de governo baseado no desenvolvimento do Estado e discutir esse projeto na hora de formar alianças, diferente da maneira convencional, em que são discutidas conveniências, acomodações e nomes sem pensar no governo que será instaurado no futuro.
“Esse projeto será discutido tanto com lideranças políticas, como com especialistas e, principalmente, com a população, que é composta dos usuários do serviço público”, informou.O projeto de governo do PR será elaborado em 10 meses.
Em cada mês, um assunto diferente será debatido por especialistas e população, da capital e do interior. Além da saúde, assunto debatido agora em julho, os republicanos debaterão segurança, educação, assistência social e demais serviços prestados pelo governo aos potiguares.
Centenas de reuniões, seminários e visitas técnicas em órgãos públicos e instituições privadas farão parte do cronograma do partido. “Ao final dos dez meses, o PR entregará ao Estado do Rio Grande do Norte uma proposta de desenvolvimento construída em conjunto a sociedade e firmada em suas convicções político-administrativas”, informou o presidente da sigla. Os debates ocorrerão em diversos lugares espalhados pelo Estado.
O próximo encontro, ainda no tema saúde, será realizado na próxima quinta-feira (16), na Zona Norte de Natal. Na ocasião, João Maia e demais membros do PR vão discutir as explanações feitas por especialistas com o povo.
“Todo o projeto de governo do PR será realizado com a participação popular”, garantiu Maia.Rogério Marinho coaduna com ideias do deputado João MaiaPresente ao encontro do PR, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB), futuro presidente da sigla, disse que tem afinidade política com o PR e admiração pessoal e política pelo deputado João Maia.
Ele reforçou que faz política com convicção e mostrou-se propenso a caminhar com Maia em 2010, caso o republicano não siga a governadora do Estado, a quem Marinho fará oposição eleitoral e administrativa.O tucano elogiou a iniciativa do PR de elaborar um projeto com participação técnica e popular, para governar o Rio Grande do Norte.
Precisamos é de pessoas que estejam próximas ao povo. Queremos pessoas que governem não só para a população, mas junto com ela, em um governo participativo, desde a criação do seu projeto”, afirmou.Marinho informou que está fazendo encontros semelhantes com o PSDB, com o intuito de apresentar propostas diferentes das do governo atual, mas sem pretensão de governar o Estado.
“Precisamos de iniciativas como essa de João Maia para que nosso povo tenha uma opção acima de discussões políticas, mas sim administrativa, voltada para o bem-estar social”, elogiou.Para finalizar o deputado mandou um recado para os outros pré-candidatos ao governo: “Os grupos políticos devem discutir um projeto para governar, como faz o PR nesse momento.
Diferente da politicagem, que é rejeitada pela população, iniciativas como esta contribuem para reverter a imagem da classe política potiguar”, concluiu.Pré-candidato deixa discurso político em segundo plano Questionado sobre a situação política no Estado, João Maia preferiu deixar o discurso eleitoral para segundo plano. A prioridade do deputado é discutir o desenvolvimento do Estado.
Ele confirmou que faz parte da base aliada da governadora Wilma de Faria (PSB) e do presidente Lula (PT). No entanto, deixou claro que seu caminho político será definido pela discussão do seu projeto administrativo, tanto com as legendas aliadas ao governo quanto com os partidos que compõem a oposição.
Em relação ao fato dos partidos da base governista estarem sinalizando apoio à candidatura do vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) para disputar a chefia do poder executivo estadual, o parlamentar disse que desconhece o fato e que não acompanhou o anúncio dessas preferências.
João Maia também comentou a forte exposição midiática da governadora Wilma de Faria (PSB), da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), além da prefeita de Mossoró, Fafá Rosado (DEM), na expectativa pela assinatura da ordem de serviço para a execução da obra, no próximo dia 3 de agosto.
“Eu estarei presente ao evento. Acho essa ‘exposição’ até natural, do pessoal disputando para ver quem é a ‘mãe’ da criança”, afirmou o deputado.O republicano foi de fundamental importância para a viabilização da obra.
João Maia conseguiu junto ao ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), a viabilização dos recursos necessários para a realização do projeto, que foi idealizado pela gestão de Fafá Rosado e será executado pelo governo Wilma de Faria.Reforma políticaPerguntado sobre as implicações da reforma política para as eleições do próximo ano, João Maia disse que não acredita que tenhamos qualquer alteração significativa no quadro de regras eleitorais.
Além da liberação da internet como meio livre de campanha, o que o republicano acha positivo, ele acredita que a reforma se limitará a pequenos temas e não consolidará o financiamento público de campanha e a “janela da infidelidade partidária”. “Para 2010, não dá mais tempo de efetivar mudanças muito fortes”, declarou o deputado.
FONTE: CORREIO DA TARDE
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