terça-feira, 28 de julho de 2009

Estado tem 23% de analfabetismo entre crianças de oito e nove anos

O Rio Grande do Norte tem um dos piores índices de alfabetização do país entre crianças de oito e nove anos de idade. Apesar dos vários programas de atenção à criança dos governos municipal, estadual e federal, o estado ainda tem 23% de crianças analfabetas. O índice corresponde a um alarmante número de 28 mil crianças que apresentam deficiências não apenas em português, mas em todas as outras disciplinas, já que sua capacidade de compreender textos é muito limitada. Essas crianças chegarão ao sexto ano com grandes dificuldades em sala de aula e brevemente deverão engrossar as fileiras do analfabetismo funcional e reforçar a indústria de projetos sociais voltados para a educação de jovens e adultos.

Os dados foram divulgados pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Pnad e revelam que o estado obteve o sexto pior desempenho no país e o quinto no Nordeste no ranking de crianças analfabetas. A pesquisa ainda mostra que os índices de analfabetismo do RN entre crianças de oito a nove anos, é igual à média na região Nordeste que obteve o pior desempenho entre todas as regiões do país e é superior à média nacional que é de 11,5%. O Rio Grande do Norte está melhor apenas que os estados do Maranhão (38%), Alagoas (29)%, Piauí (27%), Paraíba (24%) e o Pará (24%) na região Norte.


No país, entre 2001 e 2007, a redução de analfabetos com oito e nove anos de idade foi só de 2,5 pontos. Esse percentual já foi bem maior (47% em 1982), mas, na atual década, vem caindo em ritmo mais lento, segundo a Pnad. O Rio Grande do Norte também segue o ritmo lento de queda. Os números mostram que, em 2001, havia 29 mil crianças analfabetas nessa faixa etária e, em 2007, o número baixou para 28 mil, ou seja, a alteração nesses sete anos foi muito pouca até mesmo levando em consideração o aumento da população que pulou de 106 mil para 121 mil na faixa etária.


Para os técnicos do IBGE, a medida que um indicador melhore, seu ritmo de queda tende a reduzir. O problema é que, se continuar caindo na mesma velocidade de 2001 a 2007, o Brasil dificilmente cumprirá a meta de ter até 2022 toda criança plenamente alfabetizada aos oito anos, estipulada pelo movimento Todos Pela Educação.
Os dados do IBGE baseiam-se na informação de pais sobre se seus filhos sabem ler e escrever um bilhete simples. O instrumento que mais se aproxima desse objetivo é a Provinha Brasil, teste do MEC que avalia o nível de alfabetização no segundo ano do Ensino Fundamental. Como a prova é feita e corrigida pelas próprias redes, sua divulgação fica a critério do estado ou município. Em Natal, a reportagem não conseguiu colher do município esses dados locais, da mesma forma acontecendo com o governo do estado.



Por Francisco Francerle, da redação do DIARIODENATAL.COM.BR

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