segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Exonerações provocam demissão coletiva




A exoneração dos servidores Iraneth Weiler e Alberto Amadei provocou nesta segunda-feira uma onda de demissão coletiva na Receita Federal. O subsecretário de fiscalização do órgão, Henrique Jorge Freitas, seis superintendentes regionais e cinco coordenadores, entre eles Marcelo Lettieri (coordenador de Estudos, Previsão e Análise) entregaram ao secretario da Receita Otacílio Cartaxo uma carta pedindo demissão dos cargos.



A ação é um protesto contra a exoneração da servidora Iraneth, que trabalhava como chefe de gabinete da ex-secretária Lina Vieira, e de Amadei, que era assessor da ex-secretária. Iraneth confirmou à imprensa que a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, havia se encontrado com Lina no gabinete da Receita Federal. "Ela entrou pela porta do corredor, não passou pelas secretárias. Não foi uma coisa que constava da agenda", disse ela ao jornal Folha de S. Paulo.


As demissões, porém, são relativas apenas aos cargos em comissão que eles ocupavam e não do quadro da Receita. Isso porque ambos são funcionários de carreira no órgão. Na semana passada, quando a ex-secretária prestou depoimento à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Amadei esteve presente na audiência, bem como o coordenador geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita, Marcelo Lettieri, que por ora continua no cargo.



Lina Vieira afirmou à imprensa - e posteriormente na CCJ - que ouviu da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedido para acelerar as investigações da Receita sobre o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A ex-secretária afirma ter entendido a solicitação como um recado "para encerrar" as investigações envolvendo a família do peemedebista. Dilma nega que tenha tido essa conversa.



Na carta de demissão, segundo a Agência Estado, os servidores afirmam se considerarem impossibilitados de continuar participando da atual administração da Receita, tendo em vista os últimos acontecimentos, a começar pela forma como ocorreu a exoneração da ex-secretária Lina Maria Vieira. "Em que pese Vossa Senhoria ter cumprido um papel importante na administração anterior, os referidos fatos revelam uma ruptura no modelo de gestão tanto no estilo de administrar quanto no projeto de atuação do órgão que nos motivou a compor a equipe da Receita Federal do Brasil", afirmam os servidores no documento.



"Não podemos permanecer administradores, detentores de cargos de confiança, quando sabemos que hoje é diverso o contexto político-institucional que nos motivou a assumirmos os postos de gerência em nossa casa e que não mais subsiste de parte a parte a necessária sintonia que justificaria a nossa permanência na gestão", continua a carta.


(Com Agência Estado)

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