segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Produção de caju no município deve registrar aumento de 30% este ano

Aumento da produção de caju em Serra do Mel baixa o preço do produto no mercado



Expectativa positiva para a colheita de caju este ano na Serra do Mel, município considerado o maior produtor do fruto no Rio Grande do Norte. De acordo com os produtores e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emater), a colheita deverá registrar um patamar em torno de 30% maior que a de 2008, aparecendo com a maior já registrada na região nos últimos três anos.



Todo esse crescimento, segundo os técnicos da Emater, se deve aos bons índices de chuvas registrados este ano na região. Em Serra do Mel, que tem uma média que gira entre 750 mm e 800 mm, choveu mais de 1.100mm.Apesar da boa perspectiva, a Emater alerta para o desperdício que vem ocorrendo na região. De acordo com os técnicos da entidade, para cada caju colhido na Serra do Mel pelo menos 10 são desperdiçados.



Com uma área de 30 mil hectares de plantio de caju, a Serra do Mel deverá colher este ano uma média de 180 mil toneladas de caju. Parte dessa produção é comercializada para indústrias que trabalham na produção de sucos. Mesmo com a existência de mercado para a comercialização do caju, grande parte dos produtores locais tem sua produção voltada apenas para a comercialização da castanha, o que faz com que boa parte da produção de caju seja desperdiçada.



"O que não é consumida por animais acaba se perdendo. O contato do fruto com a terra inviabiliza sua comercialização. O que se pode observar aqui é que não existe interesse dos produtores na comercialização do caju, pelo baixo preço pago pelas indústrias, ou que eles ainda não foram orientados sobre a importância em agregar valor ao produto", destaca o agrônomo João Maria de Souza, que no último final de semana esteve visitando algumas produtores da região.



De acordo com alguns produtores locais, uma caixa de caju com 20 quilos é comercializada por apenas R$10,00 para industrias, o que acaba inviabilizando a colheita, já que diante do valor pago não existe mão de obra disponível para efetuar o trabalho. Ele afirma que o que se observa na região é que o pequeno produtor tem prejuízo com a atividade, se apenas vender o fruto e a castanha no mercado local de forma "in natura".



"É preciso agregar valor, fazendo melhor aproveitamento do pedúnculo, que pode ser beneficiado e transformado em diversos produtos", disse. Os exemplos são variados e podem ser produzidos, além do doce, rapadura, mel, vinho, suco, licor, cajuína, caju cristalizado, entre outros itens.
Fonte: Fabiano Souza

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